Como fazer a manutenção dos materiais esportivos
O professor de Educação Física planeja trabalhar circuitos com os alunos, mas, ao checar os materiais necessários, percebe que os colchonetes estão embolorados e precisam ser substituídos. A aula, então, acaba sendo preenchida com um exercício improvisado. Situações como essa revelam a falta de cuidado em relação aos equipamentos - o que traz prejuízos ao patrimônio escolar e, principalmente, aos estudantes, que são privados das atividades.
Para evitar imprevistos, o gestor deve, em primeiro lugar, catalogar a quantidade e o estado de conservação de todos os objetos. Fabio Luiz DAngelo, coordenador pedagógico do Instituto Esporte e Educação, em São Paulo, sugere atualizar o inventário a cada seis meses. "Assim, é possível prever o que precisará ser renovado ou substituído", afirma. Em seguida, deve-se garantir um espaço exclusivo para o armazenamento, longe do estoque de produtos de limpeza e livre de umidade e calor. Assim, previnem-se danos como mofo e empenamento.
O ideal é que um funcionário fique responsável pela manutenção e cuide de calibrar as bolas, higienizar os colchonetes com álcool, lavar os coletes e assegurar que plintos, bancos suecos e minitramps não fiquem em áreas descobertas, expostas à chuva. "Se não tiver um encarregado, a tarefa recai apenas sobre o professor, que deveria se dedicar a planejar as aulas", explica Everton Crivoi do Carmo, docente do curso de especialização em Educação Física no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).
A colaboração da turma, participando da limpeza dos aparelhos ou mesmo do transporte deles até a sala onde são armazenados, também é bem-vinda, desde que esteja prevista no plano da aula. "Trata-se de uma boa oportunidade para aprender a cuidar do patrimônio de uso coletivo e para observar a correção da postura na hora de carregar as coisas", afirma Marcos Garcia Neira, do Grupo de Pesquisas em Educação Física Escolar, da Universidade de São Paulo (USP). De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para os anos finais do Ensino Fundamental, a prática ajuda a compor critérios informais de avaliação, como o interesse, a participação, a organização para o trabalho cooperativo e o respeito aos materiais e aos colegas.
Os estudantes também podem participar das decisões sobre o uso dos equipamentos de acordo com a definição das práticas que serão trabalhadas ao longo do ano letivo. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996, inclui formalmente a Educação Física na proposta pedagógica da escola. A escolha dos acessórios, portanto, depende dos conteúdos selecionados no planejamento.
bolas
Sugestões de uso Esportes como futebol, vôlei e basquete e brincadeiras como a queimada.
Manutenção Calibre-as regularmente com uma bomba de ar para evitar que fiquem murchas - os gomos podem descolar - e guarde-as em locais secos e ventilados.
colchonetes
Sugestões de uso Circuitos para reflexão sobre o corpo e os movimentos, alongamento e relaxamento.
Manutenção Higienize-os com álcool e guarde-os empilhados em locais limpos e secos para não molhar ou embolorar. Cuidado ao dobrá-los. Há risco de estragar a espuma.
corda e bambolê
Sugestões de uso Como acessórios para inúmeras brincadeiras e para coreografias de ginástica rítmica.
Manutenção Conserve-os em locais secos e arejados, já que o bambolê pode entortar e desbotar e a corda embolorar.
coletes
Sugestões de uso Jogos com disputa entre times, para diferenciar os integrantes de cada equipe.
Manutenção Lave-os regularmente, assegurando a higiene e impedindo o mau cheiro.
rede de vôlei
Sugestões de uso Partidas de vôlei e variações (futevôlei e vôlei de areia, por exemplo).
Manutenção Deixe-a em local seco e ventilado. Em uma quadra, os efeitos do sol e da chuva podem desgastar as fibras. Os postes que dão suporte à rede também devem ser guardados para não enferrujar.